terça-feira, 12 de maio de 2020

Educação infantil - [7] Setima Etapa



Educação Física na Educação Infantil - Educação de Corpo Inteiro
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Professor Simone - Realizado em 2012/1
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FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação
física. São Paulo: Scipione, 1994.
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Por: Lino Carvalho - Face:Lino.Ufrj - Insta: @Linosfit - @UoLinosFit - CariocaLino
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Alguns conteúdos como slides e apresentações podem ter sido extraviado, muitos por terem sido utilizado em pen drives ou por e-mail, não ficando na impresso!
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Pessoal estou descartando todos meus impressos da faculdade de Educação Fìsica (UFRJ / EEFD), para não perder todo esse conteúdo que há muito tempo me serve como base, estou transcrevendo aqui no meu blog e espero lhe ajudar de alguma maneira
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Para facilitar na localização da questão, basta usar a aba pesquisar acima do anuncio. Assim cole uma palavra da sua pergunta lá e a busca será feita em todo o site.
Por: @LinosFit - @TeamLineco
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INTRODUÇÃO



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          Todos nós temos alguma ideia de como é uma criança: ela se arrasta, engatinha, corre, pula, joga, fantasia, faz e fala coisas que nós, adultos, nem sempre entendemos. De qualquer maneira, sua marca característica é a intensidade da atividade motora e a fantasia.
           Alguns dirão, com razão, que, nessa questão do movimento, a atual geração infantil de apartamento movimentam mais os dedos num videojogo e num sintonizador de televisão do que o corpo como um todo. Outras crianças, como as de favela, não brincam, trabalham para sobreviver. Mesmo essas, no entanto, no espaço que lhes sobra, exercem o movimento e a fantasia típicos da infância.
           Às vezes falta visão ao sistema escolar, às vezes faltam escrúpulos. É difícil explicar a imobilidade a que são submetidas as crianças quando entram na escola. Mesmo se fosse possível provar ( e não é) que uma pessoa apresente melhor quando está imóvel e em silencio, isso não poderia ser imposto, desde o primeiro dia de aula, de forma súbita e violenta.
            Dá para imaginar o que representa para uma criança, que passou sete anos se movimentando, ser subitamente "amarrada" e "amordaçada" para, como se diz , " aprender" o que é, pra ela, uma linguagem da imobilidade e do silêncio? Seria o mesmo que pegar um professor idoso, que há muito deixou de praticar atividades físicas, a não ser as mais triviais, e obrigá-lo a correr por alguns quilômetros em ritmo acelerado.  A violência seria idêntica. O interessante é que nós, professores, não suportamos a mobilidade da criança, mas ueremos que ela suporte nossa imobilidade.
           Não é à toa que os pequenos que entram na escola passam os primeiros tempos, até adaptarem-se, cansados, dormem mais cedo, preocupados. Claro, está acontecendo algo de muito estranho para eles.
          Não haveria uma outra forma de ensinar que não fosse mantendo os alunos presos às carteiras, silenciosos, imóveis? Aluno só aprende sentado e sem fazer barulho?
          É claro que existe um jeito muito mais simples que o atual. Quem prova que uma criança livre não aprende melhor que uma prisioneira? De minha parte estou convicto de que só é possível aprender no espaço da liberdade. É por isso que as crianças ainda aprendem: por mais restritivo que seja o ambiente familiar ou escolar, sempre resta um espaço de liberdade para pensar, para se mexer, para criticar, e é aí que as pessoas aprendem. Imaginem esse espaço ampliado! daí não ser descabido propor para crianças uma Educação de corpo inteiro.
           A escola, entre outras instituições, cumpre o papel de formar crianças para exercerem funções na sociedade. Uma sociedade que queira ser livre não deveria conceber uma Educação que restrinja a liberdade das pessoas. E nisso a escola tem um papel importante.
           Mas esse problema da restrição ao movimento corporal não começa no primeiro dia de aula, na escola de 1 grau. As crianças começam a sofrer os efeitos dos equívocos educacionais desde cedo, já nas escolas maternais e nas pré-escolas. Apesar de nessa fase escolar não terem de ficar sentados todo um período do dia, ou se enquadrar numa disciplina do tipo militar, esses pequenos tem seus passos gradativamente reduzidos e orientados para umas poucas trilhas: aquelas que os conduzirão em "segurança", para a escola e para a "vida".
              Existe um rico e vasto mundo de cultura infantil repleto e movimentos, de jogos, da fantasia, quase sempre ignorado pelas instituições de ensino. Pelo menos até a 4 série do 1 grau, a escola conta com alunos cuja maior especialidade é brincar. É uma pena que esse enorme conhecimento não seja aproveitado como conteúdo escolar. Nem a Educação Física, enquanto disciplina do currículo, que deveria ser especialista em atividade lúdicas e em cultura infantil, leva isso em conta.
            Durante o aprendizado, há momentos de imobilidade e momentos de agitação. O fundamental é que todas as situações de ensino sejam interessantes para a criança. Como fazer isso, no entanto, fora uma ou outra experiencia isolada existente, é ainda um mistério, tento para os pedagogos de sala de aula como para os pedagogos da Educação Física. Uma coisa é certa: negar a cultura infantil é, no mínimo, mais uma das cegueiras do sistema escolar.
           Corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um único organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um ( a mente ) para aprender e o outro (o corpo) para transportar, mas ambos para se emancipar. Por causa dessa concepção de que a escola só deve mobilizar a mente, o corpo fica reduzido a um estorvo que, quanto mais quieto estiver, menos atrapalhará.
           Fica difícil falar de Educação concreta na escola quando o corpo é considerado um intruso. A concretude do ensino depende, a meu ver, de ações práticas que deem significado ao " dois mais dois" ou ao " Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil". Sem viver concretamente, corporalmente, as relações espaciais e temporais de que a cultura infantil é repleta, fica difícil falar em educação concreta, em conhecimento significativo, em formação para a autonomia, em democracia e assim por diante.
          Sugiro que, a cada início de ano letivo, por ocasião das matrículas, também o corpo das crianças seja matriculado.





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