sábado, 19 de julho de 2025

Rio tem trilha com mais de 100 degraus a mil metros de altitude

 










Rio tem trilha com mais de 100 degraus a mil metros de altitude


Com acesso gratuito e vista de 360 graus, o Pico da Tijuca guarda uma das trilhas mais antigas do Rio, aberta em 1920


O Rio é uma cidade de morros, florestas e mirantes naturais que parecem ter sido desenhados sob medida para quem gosta de caminhar por aí, mata adentro. Entre as dezenas de trilhas urbanas que cruzam a cidade — da Pedra da Gávea à Pedra Bonita, do Corcovado ao Parque Estadual da Pedra Branca — uma em especial tem ganhado novo fôlego entre os aventureiros: a que leva ao Pico da Tijuca, dentro do Parque Nacional da Tijuca, na Zona Norte.

A caminhada é recompensadora por si só. São cerca de 3,2 km de percurso em meio à maior floresta urbana do país. Mas o que chama a atenção mesmo está no final do caminho: uma escadaria de 117 degraus escavados diretamente na rocha, a mais de 1.000 metros de altitude — exatamente 1.022 metros, para ser preciso. A obra é centenária e faz parte da história do parque. É ali que começa o trecho final até o cume mais alto da Floresta da Tijuca e o segundo ponto mais elevado do município, atrás apenas da Pedra Branca.


Uma trilha histórica no coração da cidade

O trajeto até o Pico da Tijuca tem início no setor A do parque, com entrada pela Praça Afonso Viseu, no Alto da Boa Vista. O acesso é gratuito, mas só é permitido até às 14h, com fechamento do parque às 17h. A caminhada até o cume costuma durar entre 1h30 e 2h, dependendo do ritmo e das pausas no caminho. O percurso é bem sinalizado, cercado por vegetação nativa e com trechos de subida constante, mas sem exigência técnica. É considerada uma trilha de nível leve a intermediário.


A escadaria talhada na rocha foi construída no início do século XX, e, segundo registros históricos, o objetivo era facilitar a subida de visitantes ilustres. Uma das versões mais populares atribui a construção ao governo do então presidente Epitácio Pessoa, que teria mandado fazer os degraus para receber o rei Alberto I da Bélgica, em 1920. A ironia: o rei era tão aventureiro quanto os cariocas e dispensou o conforto. Subiu pela trilha original e desceu pelo costão, sem usar os degraus. Mas o legado ficou.

Mirante natural com vista para toda a cidade

O topo do Pico da Tijuca oferece uma das vistas mais amplas da cidade. Em dias de céu limpo, é possível enxergar desde a Pedra da Gávea, a Zona Sul e o Maracanã até a Zona Norte, a Baía de Guanabara, Niterói e até partes de Maricá. Um visual de 360 graus que recompensa todo o esforço.

O local também é ponto de observação da fauna e da flora da Mata Atlântica. Macacos-prego, tucanos, quatis e borboletas gigantes costumam cruzar o caminho. É recomendado levar água, lanche leve, protetor solar e boné.

A trilha certa no tempo certo

Embora seja uma trilha aberta o ano inteiro, os meses de inverno são os mais indicados. No verão, o calor intenso pode tornar a caminhada desconfortável, com sensação térmica que facilmente ultrapassa os 38?°C. Com chuva, o percurso também se torna mais escorregadio — o que é um risco, especialmente na escadaria de pedra.

Para quem quer conhecer o parque mais a fundo, há outras trilhas interligadas no mesmo setor: a Trilha do Bico do Papagaio, a do Morro da Cocanha e a do Excelsior.

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